A Europa voltou a ser o epicentro da covid-19. A “quarta onda”, como tem sido chamada, é resultado da expansão da variante delta, mas, essencialmente, de outro agravante: o continente enfrenta uma epidemia dos não vacinados.
Na Áustria, país com uma das menores taxas de vacinação da Europa Ocidental, o governo decidiu impor, no último domingo (14), um lockdown para milhões de pessoas que ainda não se imunizaram contra a covid-19.
O confinamento, anunciado pelo chanceler austríaco Alexander Schallenberg, é uma tentativa de frear o aumento expressivo das infecções pelo vírus.
No sábado, foram mais de 13 mil novos casos da doença computados no país – o maior registro desde o início da pandemia.
Atualmente no país, aproximadamente 65% da população está totalmente imunizada. A taxa é inferior à média do continente, que está em 67%, e muito abaixo de países como a Espanha, com 79%.
Casos pelo negacionismo
Contrários à medida, milhares de manifestantes se aglomeram neste domingo sem máscaras em protesto contra a decisão do Governo. Foi o caso de Innsbruck, no oeste do país.
As manifestações são convocadas por partidos de extrema-direita, como o Partido da Liberdade, que esteve à frente de outras manifestações negacionistas ao longo da crise sanitária e econômica. Em Salzburg, os protestos iniciaram ontem (13), ainda quando a medida não havia sido oficializada.
O novo lockdown imposto pelo governo austríaco, com fiscalizações “de magnitude sem precedentes”, atinge cerca de 2 milhões de pessoas de um país de 8,9 milhões de habitantes e é válido para cidadãos maiores de 12 anos. Os não vacinados só poderão sair de casa para praticar atividades físicas, receber assistência médica, ou fazer compras.
A Áustria tem hoje uma taxa de infecção pela covid-19 de 775,5 novos casos por 100 mil habitantes. O número é muito superior ao da Alemanha, com 289 casos, país que também vê com preocupação o acirramento da pandemia.
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