O fundador do Wikileaks, Julian Assange, aceitou declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais, num acordo com a Justiça dos Estados Unidos e já saiu da prisão. Ele estava detido desde 2019 no Reino Unido e já tinha passado vários anos na embaixada do Equador para evitar extradição para a Suécia. Assange era acusado de conspiração para obter informação confidencial, ao revelar milhares de documentos que demonstram ataques americanos contra civis no Iraque e no Afeganistão.
Julian Assange “deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho”, foi libertado no aeroporto de Stansted, em Londres, “onde embarcou para a Austrália seu destino final, disse o Wikileaks.
O portal informou, na rede social X, que a libertação resulta de “campanha global” que “criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado”.
Assange deverá comparecer nesta quarta-feira (26) perante um tribunal federal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico, de acordo com documentos judiciais apresentados ontem à noite.
O fundador do Wikileaks vai se declarar culpado de crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, confissão que terá de ser aprovada por um juiz.
Cidadão australiano de 52 anos, Julian Assange poderá então regressar à Austrália. Ele tem nacionalidade australiana e há muitos meses o governo da Austrália exigia sua ida para o país.
Antes do anúncio da libertação, um porta-voz do governo australiano disse que o caso do fundador do Wikileaks “arrastou-se por muito tempo e não há nada a ganhar com o prolongamento da detenção”.
Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, quando foi detido, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.